Star Wars: A Ascensão Skywalker: minha resenha sobre o fim da saga

Assisti hoje de manhã na cabine de imprensa o filme que eu mais queria ver nesse ano, Star Wars: A Ascensão Skywalker, que tem a missão e a responsabilidade de fechar uma saga que começou muito tempo atrás em uma galáxia muito, muito distante chamada anos 70, um início que eu assisti no cinema, quando ainda era uma criança.

Rey em A Ascensão Skywalker

Depois de criar O Despertar da Força, e ver Rian Johnson criar seu próprio caminho com Os Últimos Jedi, J.J. Abrams está de volta a direção e ao roteiro para tentar criar com o Episódio IX um final digno para o que é essencialmente, uma história de família.

Nesse texto vou tentar ao máximo não dar spoilers da trama, só falar sobre a experiência que foi conferir tudo isso no cinema, mas se escapar um detalhe ou outro, peço desculpas desde já. Vou falar sobre cenas que aparecem nos trailers, e sobre a premissa básica do filme, então fiquem avisados. Quem não quiser saber nada sobre nada, melhor parar agora ou não reclame comigo depois.

No filme, temos o grande questionamento sobre quem é Rey, o que ela representa, seria ela uma nova esperança para a galáxia, ou quem sabe uma ameaça fantasma? O Episódio IX nos mostra como ela (e por extensão) todos somos falíveis e portanto passíveis de cairmos na tentação e nos unirmos ao lado escuro da Força, como aconteceu com Ben Solo ao se tornar Kylo Ren. Essa ameaça sobre Rey está sempre presente, e isso pra mim funciona muito bem na nova trama.

O filme não tem espaço para romances ou para grandes arroubos de amizade, mas segue alguns caminhos diferentes. Os heróis principais permanecem unidos sempre que podem, a união entre eles está totalmente sacramentada no capítulo final desta saga.

Leia e Rey em A Ascensão Skywalker

Quem tem uma despedida verdadeiramente digna nesse filme é Carrie Fisher, a eterna Princesa e depois General Leia, líder da Resistência. Pra quem é fã dessa história de família há tanto tempo quanto eu, fica difícil segurar a emoção e as lágrimas ao ver Carrie se despedindo do personagem e conseguindo nos deixar em paz.

Vale dizer que o arco de Leia ao longo da última trilogia inclusive foi muito mais digno que o do seu irmão Luke, que acaba exilado em uma ilha vivendo como um eremita. Tudo bem que ele se redime com honras no final de Os Últimos Jedi ao enfrentar Kylo Ren para salvar Rey e seus amigos do poderio militar da Primeira Ordem, mas Leia não deixou nem por um instante de lutar pela liberdade na Galáxia.

Já ficou famosa a história de que J.J. Abrams adaptou a história do Episódio IX pra conseguir encaixar os trechos que tinha de Carrie Fisher em momentos não aproveitados por ele próprio no Episódio VII e por Rian Johnson em Episódio VIII. Não sei exatamente como se deu essa engenharia reversa, e já vi muita gente falando mal do filme, mas digo que pra mim, pelo menos, o novo Star Wars funciona muito bem.

Lando de volta ao cockpit da Millennium Falcon

Outro veterano da trilogia clássica que está de volta é Lando, corrigindo um erro terrível do próprio Abrams e de Rian Johnson, que inexplicavelmente deixaram Billy Dee Williams de fora dos dois primeiros filmes da nova trilogia. Lando está definitivamente nesse filme para representar a geração antiga, e faz isso com louvor. Eu sinceramente acho que ele engrandece a produção a cada frase proferida em cena, sempre com o seu ótimo humor característico.

Chewie e Rey

Esse filme também teve várias cenas muito boas com o nosso amado Chewbacca, que está literalmente em casa na Millennium Falcon, seja com Rey ou com seu velho companheiro Lando. Assim como Chewie, os robôs como sempre funcionam como alívio cômico, mas dessa vez R2-D2 deixa seu companheiro C-3PO brilhar, já que ele tem um papel importante a desempenhar na trama.

Além da descontração, também temos doses carregadas de emoção, afinal os dois robôs são os grandes fios condutores de toda a história (além de suas testemunhas, ao lado de Chewie), e A Ascensão Skywalker é uma grande despedida de alguns de nossos personagens favoritos. 

O novo filme também nos apresenta um pequeno e simpático robô sobre rodas, D-O, a excelente Keri Russell (The Americans) que aparece no melhor estilo de Mando, praticamente sem tirar o capacete. Naomi Ackie (Doctor Who), está excelente em seu papel, assim como Richard Grant como o General Pryde da Primeira Ordem.

Daisy Ridley mandando bem demais nesse filme

Daisy Ridley está elétrica, e brilha em cena em cada olhar e cada frase, mostrando que a decisão do casting no Episódio VII foi muito acertada. Kylo Ren também tem um arco incrível na trilogia, com a excelente atuação de Adam Driver. Maz Kanata tem algumas palavras e podemos ouvir a linda voz de Lupita Nyong’o.

O último filme da saga principal de Star Wars foi feito por causa dos fãs, foi feito para os fãs, por isso não ligue se alguém falar sobre fan service. O filme tem várias surpresas e se você ficar feliz com elas, está tudo valendo, não ligue para quem não consegue embarcar no que essencialmente é uma história de aventura e fantasia, ainda que ambientada em uma galáxia muito distante.

Não acho que o filme se preocupe com os haters, que já estão dando as suas caras. Trata-se de um filme feito com o coração, uma homenagem a George Lucas, ainda que o próprio não aprecie os rumos que a história tomou. Existe sim uma vontade imensa de agradar ao público que está acompanhando essa saga há 42 anos, e também falar com toda uma nova geração que começou a acompanhar tudo pela trilogia dos anos 2000, ou quem sabe por uma das ótimas séries de animação Star Wars: Clone Wars, minha amada Rebels ou The Resistance, mas nada me parece gratuito aqui.

Vi algumas pessoas falando que esse filme não foi ambicioso o suficiente quanto The Last Jedi ou fiel (leia-se copiado) quanto The Force Awakens. Discordo muito. É neste filme que Rey mostra todas as suas garras, ou melhor, toda a extensão do seu poder sobre a Força. É ao longo das duas horas e vinte dois minutos de A Ascensão Skywalker que Rey se torna uma Jedi de verdade.

Atenção para um baita spoiler de A Ascensão Skywalker (que é praticamente mostrado no trailer, mas enfim, vou ter que falar aqui, se não quiser, pule para o próximo parágrafo): um dos grandes motes do filme é a vingança de Ex-Imperador Palpatine, que de alguma forma, está de volta. O filme não explica muito sobre como isso acontece, e nem precisa, basta ouvir a voz ameaçadora de Ian McDiarmid e lembrar de alguns livros do Universo Expandido (depois descartado pela Disney), que tudo passa a fazer mais sentido.

Enfim, pra terminar essa resenha sem cair de cabeça em outros possíveis spoilers, quero dizer que gostei bastante de Star Wars: A Ascensão Skywalker. O Episódio IX é um filme digno da alcunha Star Wars, e também uma das melhores realizações da carreira de Abrams, com um final que resolve todas as principais dúvidas dos fãs.

Rey, Finn e Poe

Falando de gosto pessoal, pra mim esse foi o melhor filme da nova trilogia, e encerrou de maneira muito digna toda a saga de Luke, Leia e seus amigos, e também a nova aventura de Rey, Finn e Poe, que finalmente tiveram tempo uns com os outros para estabelecer de vez uma bela amizade, que antes parecia meio forçada.

Que venham os próximos filmes Star Wars e o próximo episódio de O Mandaloriano, pois eu não sei vocês, mas eu pelo menos ainda quero manter essa franquia na minha vida por muito tempo.

Autor: Nick Ellis

Blogueiro de tecnologia e viajante profissional. Geek do Ano 2010!

Compartilhe
/* Track outbound links in Google Analytics */