Snapdragon 865 não tem conectividade 5G integrada, só no modem externo
Como acontece todos os anos, a Qualcomm convidou blogueiros, youtubers e jornalistas de tecnologia para seu evento Snapdragon Summit em Maui, Havaí, no qual apresentou no começo desse mês o seu novo processador Snapdragon 865, que irá equipar os melhores smartphones 5G Android que devem ser lançados no ano que vem.
O grande apelo de venda da nova geração de processadores da Qualcomm é o 5G, e o grande destaque deste processador é ele ser otimizado para o uso desta conectividade e sua velocidade ultra rápida, mas infelizmente nós brasileiros ainda iremos demorar pelo menos mais um ano pra aproveitar essa conectividade por aqui por questões de falta de infraestrutura.
Além do 5G diferença dele e do Snapdragon 855, que foi apresentado no ano passado é que o desempenho gráfico foi até 25% melhorado, e os jogos prometem ser tão bons que a Qualcomm chegou a compará-los com games rodando em desktops, muito por conta do suporte a HDR. Pode parecer exagero, mas tudo no Snapdragon 865 é meio exagerado mesmo. Os smartphones equipados com ele poderão ter câmeras de até 200 megapixels, que poderão gravar vídeos em HDR com resolução 8K.
Voltando ao 5G, o timing foi cuidadosamente planejado para que ele chegue nas mãos dos consumidores dos Estados Unidos ao mesmo tempo em que a infraestrutura estará em funcionamento. Aqui no Brasil, não deu tão certo, mas o Snapdragon 865 conta com muitos outros recursos que podem justificar a mudança por novos modelos de smartphones, mesmo sem o 5G.
Agora temos que falar do elefante na sala, já que nem tudo são flores nesse novo lançamento da Qualcomm. Apesar do foco do lançamento (e do marketing) do novo Snapdragon 865 girar em torno da conectividade 5G, curiosamente ele não tem 5G integrado, e precisa usar um modem-RF 5G separado, o que é uma decisão curiosa pra um chip que tem como maior argumento de venda justamente a conectividade 5G.
Mas que diferença faz ele ter ou não o 5G integrado? Simples, a exigência da compra do modem externo da Qualcomm encarece os aparelhos, e assim, afugenta os possíveis parceiros como empresas de tecnologia ou de operadoras. Nada melhor do que um modem integrado, mas a Qualcomm optou por outro caminho.
Snapdragon 765 e 765G, o coração dos futuros smartphones intermediários
Pra quem quiser um processador com 5G integrado, a opção é a outra novidade da Qualcomm no Havaí, a plataforma móvel série 7, com os processadores Snapdragon 765 e 765G. Os Snapdragon 765 e 765G contam com o potencial para criar toda uma nova geração de aparelhos de custo mais acessível, que podem até não chegar perto do desempenho do Snapdragon 865, que pelo visto só será usado em aparelhos topos de linha, mas certamente terão uma excelente conectividade.
A grande aposta no 5G
A Qualcomm acredita que o impacto da conectividade 5G será sentido em várias indústrias, como a automotiva, a de realidade extendida (XR), de inteligência artificial e a de Internet das coisas industrial, a IIot.
Segundo as previsões da empresa, serão mais de 200 milhões de smartphones 5G vendidos em 2020, que para o presidente da Qualcomm, nosso conterrâneo Cristiano Amon, será o ano em que o 5G vai se tornar popular. A popularização do 5G no mundo pode dar origem ao que Amon chamou da “Era da Invenção”, na qual nós humanos poderemos fazer o que a nossa criatividade permitir com toda essa velocidade ao nosso dispor em nossos pequenos aparelhos em nossas mãos.
E o Brasil?
No Brasil, o grande desafio dos fabricantes e das operadoras no ano que vem é convencer os clientes brasileiros que eles precisam trocar de smartphone por um com chip 5G mesmo sem que a rede esteja disponível por aqui. Tudo bem que se tudo der certo, o aparelho também poderá ser usado a partir de 2021 nas nossas próprias redes 5G tupiniquins, mas mesmo assim, acredito que será uma tarefa ingrata convencer o consumidor da necessidade de um processador com modem 5G.
Snapdragon XR2, a plataforma VR/XR da Qualcomm
No mesmo evento, a Qualcomm apresentou uma solução VR, ou melhor, XR (extended reality) como eles preferem chamar, com headsets equipados com a plataforma Snapdragon XR2, que conta com conectividade 5G e recursos de AI. O modelo de design ficou bem esquisito, mas a ideia é incentivar outras empresas a criarem suas próprias versões.
