ServiceNow mostra roadmap de agentes de IA e anuncia parceria com o SENAI-SP
O Digital Drops esteve no ServiceNow Summit São Paulo, um evento com mais de 2500 pessoas no Golden Hall do WTC, no qual a empresa apresentou seu roadmap de agentes de IA, e anunciou uma parceria com o SENAI-SP para capacitação de profissionais, entre muitas outras novidades.
O destaque do evento foram as apresentações de Dave Wright, CIO (Chief Innovation Officer) da ServiceNow, e Brian Solis, chefe de inovação global (Head of Global Innovation) da empresa.
Quem abriu o evento foi o vice-presidente LATAM, Federico Grosso, com quem tive o prazer de conversar depois do evento. O foco da ServiceNow tem sido mostrar como usar a AI para ajudar a reduzir a complexidade e a ineficiência do mundo.
Federico também moderou um painel com Globo e Petrobras, e anunciou a parceria da ServiceNow com o SENAI-SP. Além disso, também foram apresentados cases de IA de outros clientes da empresa como Acelor Mittal, Eletrobras, Prodesp (Detran-SP), e grupo Boticário, entre outros.
ServiceNow anuncia parceria com o SENAI-SP
Durante o ServiceNow Summit a empresa anunciou um programa estadual de capacitação e certificação em IA em parceria com o SENAI-SP, como parte do ServiceNow University. Para Federico Grosso, VP da ServiceNow para a América Latina, essa “parceria é mais do que uma iniciativa educacional, é um catalisador para o futuro digital do Brasil.”
O objetivo é qualificar jovens e profissionais em transição de carreira, com treinamento prático em português em uma plataforma de IA. A capacitação deve estar disponível esse ano em todas as unidades do SENAI no estado de SP.
Dave Wright apresenta AI Agent Orchestrator e AI Control Tower
Dave Wright deu insights bem interessantes sobre a adoção da IA pelas empresas, e como é fundamental pensar em como usar essa tecnologia para fazer as coisas de forma diferente, e não para simplesmente automatizar o que já vinha sendo feito.
Além disso, Dave também falou sobre os desafios para implementar a IA, como os sistemas que estão em silos, e atrapalham a adoção da tecnologia. Para isso, a ServiceNow criou um sistema que funciona com qualquer modelo de IA, qualquer agente, qualquer tipo de dado ou workflow, para qualquer indústria, em qualquer nuvem.
Isso é possível através do uso de agentes de IA pré-programados para diferentes usos e indústrias, que trabalham de forma orquestrada, graças a um agente de IA especial criado para organizar e coordenar outros agentes.
O chamado AI Agent Orchestrator garante que os outros agentes de IA estejam agindo dentro do plano, e conseguem quebrar silos para fazer uma automação de ponta a ponta. Além disso, eles permitem que o usuário determine quais são os passos a serem seguidos para obter o resultado desejado.
AI Control Tower
O próximo passo é ter esse controle sobre o que será feito pelos agentes de IA e pelo agente orquestrador. Para isso, a ServiceNow criou o AI Control Tower, um centro de comando unificado, que reúne todos os agentes de IA que estão rodando no sistema. Isso permite entender e controlar o que eles estão fazendo.
Como esses agentes podem ser de diferentes modelos e diferentes empresas, a ServiceNow criou outra solução, o AI Agent Fabric, que permite que os agentes compartilhem seus conteúdos e contextos com outros agentes do sistema. Ele também permite controlar os agentes, garantir a segurança dos dados, e mostrar se estão em conformidade com as especificações do projeto. Isso permite que os usuários tenham a opção de que modelos preferem usar, mas também garante o controle e a segurança desse desenvolvimento.
Para lidar com o problema de dados armazenados em diferentes silos, que estejam fragmentados ou incompletos, a empresa criou o RaptorDB, que pode gerenciar bilhões de transações feitas por diferentes agentes de vários modelos, garantindo que os dados estejam corretos e atualizados.
Isso é feito com o Workflow Data Fabric, que conecta diferentes fontes de dados, e assim, permite acessar qualquer tipo de informação em qualquer sistema. Ou seja, ele entende os dados de diferentes fornecedores para saber se podem ser acionados. Assim, é possível criar workflows perfeitos criados especificamente para empresas de telecomunicações, empresas automotivas, empresas de energia, educação, saúde, etc.
Brian Solis e sua forma criativa de pensar sobre as possibilidades da IA
Em sua palestra, Brian Solis falou sobre como é fundamental pararmos de falar em transformação digital, que ele chamou de digitalização de processos analógicos, para pensar em algo diferente, algo novo. Além da sua atuação na ServiceNow, Brian Solis, que já acompanho há um bom tempo, é palestrante de grandes empresas, futurista e autor de 9 livros best sellers.
Seu livro mais recente é Mindshift: Transform Leadership, Drive Innovation, and Reshape the Future, que fala sobre a era de disrupção da IA, está na minha lista de livros a serem lidos em breve. Além dos seus livros e de vários artigos de impacto, Brian Solis também escreveu mais de 60 papers.
Logo no começo da sua apresentação, Brian citou um estudo do MIT que disse que 95% dos investimentos em IA não estão dando retorno. “Se tudo que estamos fazendo com IA é o melhor amanhã o que estávamos fazendo ontem, então estamos caindo na mesma armadilha da transformação digital. Não estamos fazendo nada novo, estamos só automatizando o passado.”
No momento, ele diz que olhamos para a tecnologia como uma forma de poupar custos, mas alguém tem que se perguntar como podemos usá-la para impulsionar ganhos de 10%, além dos 1 ou 2% que ajudou a poupar.
Em suas palavras: “vários estudos mostram que o risco que os líderes correm não é o de pensarem muito grande, mas o de pensarem muito pequeno. Se continuarmos a pensar pequeno demais, vamos limitar nossas possibilidades simplesmente a automação.˜
IA como uma oportunidade de reinvenção
Brian citou os três pilares da ServiceNow, dados, workflows e IA, para falar sobre a importância de repensar os seus fluxos de trabalho. Segundo a pesquisa da Quantum Black, uma empresa da McKinsey, o investimento em IA que mais dá retorno nos negócios e maior impacto nos lucros é reimaginar os workflows.
Para Brian, “alguém precisa reimaginar o trabalho para essa nova era de IA. Se você pensar no que fizemos durante os anos da transformação digital, nós estávamos digitalizando processos que já existiam há 20, 30 anos.”
Assim, ele acredita que “esta é uma oportunidade de reinvenção”. Da mesma forma, ele chama o atual momento de “um momento de control, alt, del. É hora de mudar nossa perspectiva para ver as coisas de uma forma diferente, mas também é hora de mudar a narrativa, de mudar as coisas.”
Antes de terminar a palestra, Brian fez uma analogia bem interessante sobre o desenvolvimento da IA: “existe um ditado que diz que a lâmpada não foi inventada pelo contínuo desenvolvimento das velas. Algo precisa mudar no meio do caminho. E esse é o momento, agora mesmo, para trabalhar. Esse é o nosso momento da lâmpada,” diz Brian.
Para ficar por dentro de todas as novidades diárias da IA, acompanhe o novo site do Digital Drops, o AI Drops.
