Inovação como estratégia de negócio
Por Welington Faria*
Quando falamos em transformação digital dentro das empresas e os benefícios decorrentes deste movimento, muitos conectam a uma liderança natural da área de tecnologia. No entanto, este é um lugar-comum cada vez mais reavaliado diante das grandes mudanças que vivemos atualmente no mundo, conduzidas pelos novos comportamentos do consumidor na esfera pessoal e suas dinâmicas de trabalho.
A verdade é que precisamos de profissionais especializados, capacitados para implementar tecnologias de última geração. E os benefícios destes investimentos são bem conhecidos, como ganho de agilidade, escalabilidade nas entregas, redução de custos, aumento na cibersegurança e estabilidade das operações. É inegável que a transformação digital coloca a marca em outro patamar de competividade no mercado, não importa o setor.
O que tem mudado, cada vez mais, é o lugar que ela vem ocupando nas organizações. Saímos de uma perspectiva da tecnologia como uma área isolada, com sua infraestrutura, aplicações e profissionais que dominam linguagens quase indecifráveis, para darmos as mãos para as equipes de negócio. Uma visão que parte do princípio de que a experiência do usuário é que deve dar as cartas do jogo.
Seja qual o mercado de atuação, mais do que dominar diversas ferramentas e investir altas cifras naquilo que é tendência, as equipes estão usando seus dados para fazer uma leitura 360º que une tecnologia com a estratégia de negócio – o que para mim é a própria essência da inovação. Pensando assim, uma empresa que ganha maturidade quando deixa de optar por fórmulas prontas, abandonando roteiros predeterminados, olhando primeiro para dentro da organização antes de adotar qualquer tecnologia, metodologia ou prática de fora.
Precisamos fazer perguntas-chave cujas respostas vão dar o tom de decisões assertivas. “O que meu cliente quer e precisa?”, “no que posso avançar para atender suas necessidades?”, “como posso usar a tecnologia para gerar uma melhor experiência para meu consumidor?”, “no que ela pode realmente agregar em sua jornada e pontos de contato com a marca?”. Mais do que isso, precisamos considerar como um trabalho realmente estruturado e unificado de inteligência de dados dos clientes pode, de forma concreta, resolver dores reais destes públicos.
São estas perguntas que norteiam a decisão da empresa por um caminho efetivo de transformação digital e inovação, de forma transversal. Isso significa permitir que este olhar extrapole os territórios da tecnologia para serem incorporados na governança corporativa, na forma como as organizações fazem seus controles e gestão, construindo uma cultura de inovação em toda a cadeia de valor.
Estar em uma empresa que nasceu com a cultura de inovação me permite essa análise. O exemplo mais recente foi a atualização que fizemos no nosso aplicativo, o Sodexo Direct. Com essa solução conseguimos simplificar os acessos aos cardápios, compras, reserva de mesas e programar o horário da retirada da alimentação, além de realizar pagamentos, acompanhar saldos, receber notas fiscais por e-mail e solicitar delivery, coffee breaks e catering. São um conjunto de funcionalidades que tornam esta solução mais do que um aplicativo, mas um canal eficiente de relacionamento com nossos públicos.
Um projeto como este só é possível porque conhecemos bem nossos clientes e consumidores. Sabemos o que eles precisam e esperam. Estamos com a escuta ativa nas interações diárias com estes públicos, seja em escolas, universidades, empresas e indústrias. Sob a perspectiva do nosso setor, é uma ferramenta que fomenta um ecossistema focado em proporcionar alimentação sustentável, saudabilidade e bem-estar, que é nosso maior propósito.
Para isso, estimulamos e criamos programas para que nossos profissionais (independentemente da área e nível hierárquico) traguem novas ideias para “dentro de casa” e discutam junto. São estas informações que se tornam a matéria-prima das nossas atualizações e novos desenvolvimentos, a partir de uma cultura voltada e centrada nas pessoas e da nossa predisposição para o novo.
Em última análise, a cultura de inovação passa por uma sistematizada capacidade de educar, formar olhares e ajudar a manusear e fazer o melhor uso de novos sistemas, num compartilhamento de experiências e conhecimentos, gerando senso de pertencimento dos colaboradores para com a empresa. Nessa direção, temas como criatividade, inovação, novas descobertas e busca por soluções deixam de ser assunto de áreas específicas, mas passam pela estratégia, pelos valores e modelos de pensamento de uma organização. Deixam de ser um ativo da companhia para se tornarem propriedade de todos.
Welington Faria, Gerente de Produtos Digitais da Sodexo On-site
Welington Faria, é gerente de Produtos Digitais da Sodexo, responsável pela estratégia e experiência digital dos clientes e consumidores no Brasil. Bacharel em Sistemas de Informação pela Universidade Mackenzie com MBA em Marketing, Tecnologia e Inovação pela ESPM, atua na área de Tecnologia há mais de 20 anos com passagens em empresas como Banco Itaú e Grupo Globo de Comunicação atuando em transformação digital, produtos e serviços digitais, experiência do cliente, agilidade e engenharia de software. Apaixonado por temas como tecnologias inovadoras, pessoas e transformação digital.