Lançamento do Disney Plus consegue 10 milhões de usuários e chama a atenção do mercado de streaming
A Disney entrou no mercado de streaming com força total em 2019. Além do investimento bilionário em produções originais, a empresa também anunciou um alto número de usuários cadastrados nos primeiros dias de serviço. São mais de 10 milhões de novos assinantes, um número que assusta outras plataformas. O rápido crescimento pode ser justificado pela força que o nome Disney possui no âmbito do entretenimento, principalmente em termos de personagens e filmes famosos.
Quando o Disney Plus foi anunciado, ainda em 2017, a produtora confirmou que iria utilizar todas as formas possíveis para chamar a atenção dos usuários. Segundo o portal de notícias Canaltech, o investimento de quase US$ 30 bilhões foi apenas uma das ações. A empresa também retirou de outras plataformas de streaming, como a Netflix, alguns filmes da produtora que estavam disponíveis nesses serviços. A ideia é colocar produções exclusivas apenas em sua nova plataforma.
O resultado na estreia da plataforma nos Estados Unidos foi um sucesso. A Jovem Pan relata que foram mais de 10 milhões de assinantes nas primeiras 24 horas em que o Disney Plus ficou disponível, ou seja, um crescimento que a longo prazo pode colocar em risco o domínio da Netflix, com mais 130 milhões de usuários. Os executivos da Disney projetam que, até 2024, sejam mais de 70 milhões de espectadores ao redor do mundo.
Esse sucesso imediato pode ser explicado pelo catálogo oferecido pelo Disney Plus. Além de filmes e animações tradicionais, o serviço conta também com produções inéditas de franquias gigantes. O seriado The Mandalorian, que faz parte do universo dos filmes de Star Wars, estreou junto com a plataforma e foi assistido por mais de dois milhões de assinantes em apenas um dia.
Marketing e estratégias na indústria do entretenimento
A forma por meio da qual a Disney faz publicidade é comum no mundo do streaming e funciona muito bem. Estratégias de marketing são também utilizadas por outras plataformas de streaming e pela indústria do entretenimento em geral. Recentemente, o serviço Apple TV+, por exemplo, anunciou uma homenagem ao ator Robert Foster em uma de suas últimas séries e ganhou matérias em alguns portais na internet por isso. O fato de essa ação da empresa ser promovida em diferentes sites já é uma maneira de fazer marketing e expandir o nome da marca. Vale lembrar que a famosa criadora do iPhone investiu mais de US$ 6 bilhões na própria plataforma, que conta com produções originais envolvendo atores como Steve Carell e Jennifer Aniston.
Entretanto, não são apenas as plataformas de streaming mais tradicionais que se utilizam de estratégias de marketing para promover seus serviços, e parcerias são muito comuns quando se trata de promoção. No mundo da música, o Spotify investe alguns milhões para realizar eventos e promoções com alguns artistas. Em 2018, por exemplo, a cantora Taylor Swift lançou o clipe da música “Delicate” exclusivamente na plataforma. A cantora Beyoncé fez o mesmo este ano, porém, para a plataforma Tidal. Mas a lista não para por aí, pois outros setores da indústria do entretenimento também a compõem.
O Stadia, recém-lançado console via streaming da Google, foi anunciado com um catálogo de grandes franquias de sucesso, como Assassin’s Creed, Mortal Kombat e Tomb Raider. Já o site de cassino da Betway, caça-níqueis online, prefere apostar em temáticas da TV e do cinema e associá-las a alguns de seus produtos. Alguns dos temas que figuram na plataforma são Game of Thrones, sucesso de audiência transmitido pela HBO, e o clássico Jurassic Park. Outro caso recente de parcerias foi o acordo de exclusividade feito entre o popular streamer Ninja e o Microsoft Mixer, que tirou o jogador de Dota 2 da líder de audiência Twitch TV.
O Stadia, recém-lançado console via streaming da Google, foi anunciado com um catálogo de grandes franquias de sucesso, como Assassin’s Creed, Mortal Kombat e Tomb Raider. Já o site de cassino da Betway, caça-níqueis online, prefere apostar em temáticas da TV e do cinema e associá-las a alguns de seus produtos. Alguns dos temas que figuram na plataforma são Game of Thrones, sucesso de audiência transmitido pela HBO, e o clássico Jurassic Park. Outro caso recente de parcerias foi o acordo de exclusividade feito entre o popular streamer Ninja e o Microsoft Mixer, que tirou o jogador de Dota 2 da líder de audiência Twitch TV.
A força da Disney
Se exclusividade é algo que chama a atenção, talvez as outras empresas devam ter cuidado com o potencial do Disney Plus. A produtora norte-americana é dona de diferentes estúdios, e quiçá o mais importante deles seja o da Marvel Filmes, que tem na conta mais de US$ 15 bilhões em bilheterias. O elogiado filme Capitã Marvel, por exemplo, lucrou cerca de US$ 1 bilhão nos cinemas em 2019. Outros títulos, como Vingadores e Homem de Ferro, que são sucessos ainda maiores, também entram nesta conta.
O grande ponto é que a Disney sabe trabalhar com estes produtos, pois sempre comercializou a imagem de personagens e franquias de diferentes formas possíveis. Um exemplo que ilustra bem o quanto a criatividade é utilizada pela marca nesse sentido é que, recentemente, um acordo com a empresa Le Creuset, que fabrica utensílios domésticos, permitiu o lançamento de panelas temáticas do universo Star Wars. Uma ação que a princípio pode parecer simples, mas que é bastante efetiva no mercado do entretenimento. Se ações como essa já impactam a forma de a empresa se colocar no mercado, é possível ter uma ideia de como o potencial relacionado ao streaming é imenso.
O serviço Disney Plus está apenas começando, e a princípio só nos Estados Unidos. A estreia no Brasil está prevista apenas para o segundo semestre de 2020. Tomar a frente da Netflix não será uma tarefa fácil. Entretanto, é inegável que a Disney tem todas as armas possíveis para conseguir entrar firme e forte nesta disputa. O consumidor, por sua vez, pode apenas assistir, já que toda essa concorrência é sinônimo de melhores preços e mais opções, o que, para nós, é muito positivo.
