Capitã Marvel – Resenha (quase) sem spoilers
Assisti ao filme da Capitã Marvel na semana passada, e posso finalmente dizer o que achei hoje, quando foi levantado o embargo de reviews sobre a produção, o que é ótimo, já que eu estava querendo muito conversar sobre o filme com os amigos. Em primeiro lugar, Capitã Marvel é diversão garantida, e a personagem e o filme tomam naturalmente seu lugar de direito dentro do MCU, o universo cinemático da Marvel.
Gravei um vídeo no meu novo canal Na Manteiga (já se inscreveu?), que vocês podem assistir acima, e que assim como esta resenha, não tem spoilers sobre Capitã Marvel. Quando digo sem spoilers, é que não pretendo entregar nenhum dos ganchos do filme além do que já foi mostrado nos trailers e nos spots de TV, pelo menos essa é a minha vontade, mas se escapar alguma coisa, prometo que não foi de propósito.
Capitã Marvel é um filme ambicioso e divertido, que busca servir como uma forma de explicar algumas lacunas no Universo Cinemático Marvel, o MCU (Marvel Cinematic Universe, ou Universo Cinemático Marvel), e também preparar o terreno da melhor forma possível para a estreia de Vingadores: Ultimato, que está chegando cada vez mais perto. Danvers é tão poderosa como a Capitã Marvel e a Binária, que é bom o Thanos ficar esperto!
O filme se passa na década de 90, e quem viveu esses anos vai adorar reconhecer as muitas referências, desde a dificuldade com a tecnologia da época, algo que vira piada no filme, até a trilha sonora, recheada de hits como I’m Only Happy When it Rains da banda Garbage. A trilha original foi escrita por Pinar Toprak, conhecida como compositora da música do game Fortnite.
Tudo em Capitã Marvel é saudosista, mas no bom sentido. É totalmente compreensível que este filme seja o último antes de Ultimato, que vai completar 23 filmes da Marvel nos cinemas, nesses mais de 10 anos desde o lançamento de Homem de Ferro em 2008.
Brie Larson literalmente brilha na produção, e mostra que valeu à pena se preparar para todas as cenas de ação como a Capitã Marvel e como a Binária. Na hora em que ela está voando pelo espaço explodindo coisas, é difícil se controlar pra não se levantar da cadeira gritando, essas cenas de batalha realmente são muito empolgantes, e Brie Larson convence com ou sem seus uniformes.
Regendo o espetáculo ao lado de Brie está Samuel Jackson, bem à vontade na pele de um Nick Fury mais jovem e mais ativo do que nunca, ainda sem precisar usar seu tradicional tapa-olho. O elenco principal também conta com Clark Gregg, que faz o agente Coulson no começo da carreira, em seus dias de novato.
A tecnologia de rejuvenescimento (que era algo que me preocupava muito nesse filme) funciona surpreendentemente bem, o que me deixa animado para The Irishman, que terá metade da sua duração com os atores mais velhos vivendo personagens muito mais jovens. Em Capitã Marvel, Fury e Coulson estão mais jovens o filme inteiro, e isso é realmente impressionante, pois você sinceramente nem repara depois de alguns segundos.
Quem rouba todas as cenas nas quais aparece é o gato Goose, um personagem realmente fascinante. Como esse review é sem spoilers, não vou entrar em detalhes, apenas dizer que ele é um superstar, dá um verdadeiro show no em Capitã Marvel. O gato que interpreta Goose na verdade são quatro, um principal e mais três dublês.
O curioso é que nos quadrinhos, Goose é chamado de Chewie, mas pra evitar problemas, mesmo estando tudo em casa, a Marvel preferiu mudar o nome, que pode ser uma homenagem ao personagem Goose de Top Gun, um filme que tem tudo a ver com a profissão de Carol Danvers antes dela se tornar a Capitã Marvel.
O resto do elenco também está bem afiado, com destaque pra Jude Law, Ben Mendelsohn, todos ótimos no filme, não tem como não elogiar. Lashana Lynch faz a melhor amiga de Carol, e também está muito bem. Annette Bening dá o seu toque de classe pra produção. Essa veterana tem talento de sobra pra chamar pra si todas as cenas nas quais aparece. Lee Pace vive novamente Ronan, o Acusador, assim como Djimon Hounsou, que volta a viver Korath. Os dois apareceram juntos no primeiro Guardiões da Galáxia.
O filme é dirigido pela dupla Anna Boden e Ryan Fleck, que também assinam o roteiro ao lado de Geneva Robertson-Dworet. Boden e Fleck se conheceram estudando cinema na Universidade de Nova York, e desde então, trabalham juntos, seja em filmes ou na TV.
Não sou especialista nos quadrinhos da Capitã Marvel, mas depois ler este post do Cardoso, já sei que Carol Danvers na verdade era a Miss Marvel, e que só se tornou a Capitã Marvel nos anos 90. Sinceramente, como estamos falando de uma adaptação de quadrinhos, o que me importa é que o resultado final funcione, e Capitã Marvel atinge seu propósito como um ótimo filme de super-heróis. Carol Danvers é uma tremenda de uma super-heroína.
A DC já tinha alcançado um imenso sucesso de público com Mulher-Maravilha alguns anos atrás, e finalmente chegou a hora da Marvel apostar em uma mulher como protagonista solo de um filme, que tem tudo pra ir muito bem nas bilheterias, o que aposto que será o caso. Que venham mais super-heroínas e também filmes da Capitã Marvel.
No dia em que assisti Capitã Marvel, ouvi um podcast com uma entrevista com Kevin Feige. Ver o que ele e a sua equipe conseguiram alcançar em tão pouco tempo é algo fascinante, mas ele mesmo reconhece o mérito de Stan Lee e Jack Kirby, que criaram estes personagens nos anos 60 e provaram que quadrinhos poderiam ser muito mais do que simples divertimento. Por falar no mestre, as homenagens ao eterno Stan Lee também são preciosas neste filme, e me emocionaram muito.
O link com a cena pós-créditos de Vingadores: Guerra Infinita é muito bem-feito. Por falar em cenas extras, faça um favor a si mesmo e fique até o final da projeção, as duas cenas pós-créditos de Capitã Marvel merecem ser assistidas.
Já tivemos várias heroínas que fizeram história no cinema, mas me arrisco a dizer que nenhuma delas era nem de perto tão poderosa quanto Carol Danvers. Recomendo fortemente Capitã Marvel, que é um filme digno de estar no Top 10 dos filmes da Marvel.