Galaxy S9 e S9+ são excelentes, mas eu sinceramente queria algo mais
Depois de vários vazamentos, a Samsung confirmou em Barcelona o Galaxy S9 e o S9+, que corrigem alguns dos defeitos do S8 e S8+, especialmente a posição do leitor de digitais, que sai do lado da câmera para ficar abaixo dela, evitando toques indevidos e a sujeira na lente. De resto, eles mudaram muito pouco por fora, mas tem detalhes interessantes. Um deles é a abertura variável da lente da câmera de 12 megapixels do S9 e das duas câmeras de 12 megapixels do S9+, que alterna entre f/1.5 ou f/2.4, dependendo da situação da foto.
O recurso pode ser bem útil em ambientes escuros, mas que no final das contas parece mais um truque de marketing que qualquer outra coisa, não que a empresa esteja errada em fazer isto, é claro. Como o The Verge bem lembrou, a função da dupla abertura já havia sido lançada no velho Nokia N86 em 2009, mas conseguiu seu objetivo, chamar a atenção para o aparelho. Isso não chega nem perto do “câmera reimaginada” do slogan do S9, mas aí é uma questão de marketing, e de saber vender o seu peixe, algo que a Samsung sabe muito bem.
Vamos elogiar o que merece aplausos. As belas telas continuam do mesmo tamanho dos modelos anteriores, com 5,8″ no S9 (com densidade de 529 pontos por polegada) e 6,2″ no S9+ (densidade de 570 ppi), ambas no formato 18.5:99. A tela do Note 8 continua a ser maior, com 6,3″. Como bem lembrado na apresentação da Samsung, a empresa não tem um notch no topo do aparelho.
Ele continua a ser à prova d’água. A Samsung faz a alegria dos audiófilos como eu ao manter o fone de ouvido na nova linha S9, contra tudo e contra todas as tendências chatas do mercado. A borda do topo e da parte de baixo da tela ficaram um pouco mais finas, o que na prática significa que o S9 e o S9+ são um pouco menores que os modelos anteriores, pra ser mais preciso 1,2mm no S9 e 1,4mm no modelo S9+, mas acredito que isto seja praticamente imperceptível na mão. E o peso? O S9+ pesa 189 gramas e o S9, 163 gramas, assim os dois são levemente mais pesados que seus antecessores (155 gramas do S8 e 173 do S8+), mas novamente, a diferença é bem sutil).
A câmera também tem memória dedicada para um modo de câmera lenta com até 960 frames por segundo, isso sim algo que eu achei muito legal. O Bixby Camera também traduz placas e outros textos em tempo real. Nada que o Google não tenha feito antes, mas sim, algo bem interessante e útil. Por falar em Bixby, meu maior problema com meu atual S8+ é o botão Bixby, que basicamente não serve pra nada, e mesmo assim segue lá, firme e forte no S9 e no S9+. A Samsung garante ter melhorado o Bixby, mesmo assim eu não curto a ideia de um botão de hardware para uma função como esta. Prefiro usar um comando de voz para isto.
Os AR Emoji da Samsung são uma resposta aos Animojis da Apple, capturando baseado em 100 pontos do seu rosto, segundo a Samsung. O resultado final é realmente perturbador e bizarro, pois a câmera frontal não é uma FaceID de verdade, então o resultado não é nem de perto tão preciso quanto no rival, que além de tudo, permite que você use emojis animados, e não o próprio rosto em uma versão estranha.
Neste ano, pela primeira vez, o aparelho vai chegar no Brasil com um processador Snapdragon 845 ao invés de um Exynos, como antecipado a mim pelo Cristiano Amon da Qualcomm em um evento em dezembro. Ele vem com 6GB de RAM, que é bastante, mas menos do que alguns dos seus concorrentes no mercado Android. Em termos de capacidade os novos flagships da Samsung contam com versões de 64, 128 ou 256GB, além do slot para cartão microSD (de até 400GB). A bateria é de 3300 mAh no S9 e 3500 mAh no S9+.
Falando sinceramente, estou achando já faz um tempo que a indústria mobile está em uma grande zona de conforto, especialmente grandes empresas como a Samsung, e os novos aparelhos só provam o meu ponto. A cada ano, as mudanças são cada vez mais incrementais, não temos algo que realmente surpreenda. Sim, são ótimos aparelhos, sem dúvida alguma os melhores que já foram feitos pela Samsung, mas eu fico com aquela sensação de que poderiam ser muito mais.
Mesmo assim, muito provavelmente este vai ser o smartphone Android mais vendido do ano, eu adoraria ter um, e por fim, em time que está vencendo não se mexe, mas sendo 100% sincero, eu sempre fico esperando algo realmente inovador e surpreendente das empresas que tenho grande simpatia. Não foi desta vez.
E o preço? O Galaxy S9+ vai custar US$ 840 e o S9, US$ 720 (ainda não sabemos os preços ou data de chegada no Brasil). Outros concorrentes podem chegar a preços melhores.
Via MB.