Avatar: O Mestre James Cameron Finalmente Está de Volta!

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Eu assisti na quarta passada a pré-estreia de Avatar, um dos filmes mais aguardados da última década e um clássico instantâneo da ficção científica. Em Avatar, o diretor James Cameron volta ao estilo de seus grandes filmes Exterminador do Futuro 1 e 2, O Segredo do Abismo e Aliens para realizar uma obra que é ao mesmo tempo violenta e poética, e consegue divertir enquanto provoca reflexões profundas nos espectadores. Avatar não é um filme de ação, ele extrapola completamente esta definição.

Mas aqui fica um aviso, se você entrar no cinema cheio de expectativas, ou procurando uma avalanche de cenas de ação, provavelmente vai se decepcionar. Não é que Avatar não tenha este elemento, ele tem e de sobra, mas apesar de toda a tecnologia da produção, o objetivo primordial deste filme é contar uma história, e você precisa estar disposto a embarcar na viagem. James Cameron é um mestre no que faz, e demonstra um domínio absoluto sobre o seu trabalho, apresentando seus personagens e mostrando a evolução do relacionamento entre eles.

É difícil encontrar um adjetivo que possa descrever o trabalho como diretor e roteirista neste filme, mas podemos dizer que os seus 12 anos de ausência resultaram em um esforço fora do comum. Ao lado do magistral Bastardos Inglórios de Quentin Tarantino, Avatar é um dos melhores filmes que eu assisti este ano. Infelizmente eu ainda não assisti ao filme em 3D, coisa que devo fazer nos próximos dias, mas mesmo assim posso dizer os efeitos especiais são revolucionários, e vão mudar a forma como vemos o cinema de ficção científica.

A lua Pandora e seus nativos azuis (os Na’Vi) são um espetáculo a parte. A fauna e a flora alienígena imaginada pelos diretores de arte Rick Carter e Robert Stromberg estão entre as coisas mais impressionantes que eu já vi em uma tela de cinema. A bioluminescência e a luminescência que estão presentes em todos os cantos de Pandora impressionam muito. Só que ainda mais importante do que os efeitos visuais é o roteiro original escrito pelo próprio James Cameron. A proposta da conexão entre os seres e plantas que habitam aquela lua é algo simplesmente genial, e nos dá a noção da incrível e complexa interação entre eles.

Embora a história nos transporte para outro mundo completamente diferente do nosso, tudo funciona como uma metáfora para o momento em que estamos vivendo, e todas as dificuldades ambientais que enfrentamos, e que podem inviabilizar a vida humana na Terra em um futuro não muito distante. O objetivo de Cameron era ir além de um filme, ele criou uma alegoria do que acontece aqui na Terra, os riscos aqui são muito altos, principalmente para a nossa espécie.

Não foi por acaso que o lançamento foi marcado para a semana em que nossos líderes políticos definem os compromissos para evitar o aquecimento global no COP 15, em Copenhague, Dinamarca. A luta entre os humanos e os Na’Vi remete a colonização sangrenta das Américas, a eterna busca pelo lucro sem se preocupar com as consequências e ao desrespeito e ao descaso pelo meio ambiente dos nossos governantes.

A jornada do herói do personagem principal Jake Sully é épica. O personagem evolui imensamente ao longo do filme, e deixa de ser o soldado que precisa vencer suas limitações físicas e sobreviver em um ambiente hostil em um novo corpo para se tornar um verdadeiro líder. O ator Sam Worthington (que também esteve em Terminator Salvation) está ótimo no papel deste herói relutante e improvável, assim como Zoe Saldana (mais conhecida como a Uhura da nova versão de Star Trek) que vive de forma brilhante Neytiri, herdeira espiritual dos Na’Vi.

Outro grande destaque do elenco é a incrível Sigourney Weaver, excelente atriz e parceira de Jim Cameron no grande clássico Aliens, um dos meus filmes de ficção favoritos de todos os tempos. Sigourney é uma excelente atriz, e vive com maestria a personagem Grace Augustine, a pesquisadora responsável pelo projeto Avatar, tanto na pele humana quanto com seu corpo Na’Vi. Este papel é um presentão de seu velho amigo James Cameron.

Não vou contar detalhes do filme, mas ao sair do cinema extasiado com o que tinha visto, vi algumas pessoas falando mal do filme, o que me deixou impressionado. Minha conclusão é de que este não é um filme para qualquer um. Pessoas céticas ao extremo ou racionais demais não vão gostar de Avatar. E se você por acaso não gosta de ficção científica, faça um favor a si mesmo e não vá ao cinema. É preciso a colaboração de quem está assistindo para que o filme faça sentido e atinja todo o seu potencial. Avatar não foi criado para pessoas preguiçosas, e este é um dos maiores elogios que posso fazer ao filme.

Quem assiste Avatar precisa estar preparado para compreender e aceitar a ligação espiritual e neural entre os Na’Vi, os outros seres e a própria floresta de Pandora, e se importar com o que isto representa, e com tudo o que está em jogo. Se você conseguir entrar de corpo e alma neste novo mundo, Avatar vai ser uma experiência inesquecível.

Saiba mais sobre Avatar no site oficial do filme.

Texto originalmente publicado na minha coluna do Yahoo! Posts.

Autor: Nick Ellis

Blogueiro de tecnologia e viajante profissional. Geek do Ano 2010!

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