Um Encontro com o Mestre Steve Wozniak

Ontem estive em Belo Horizonte a convite do B.I Foundation para o evento Gestão do Futuro, no qual eu tive o enorme prazer de assistir a uma palestra sobre inovação e criatividade com ninguém menos que Steve Wozniak, co-fundador da Apple, e um dos meus maiores ídolos de todos os tempos.

Eu cheguei em cima da hora e encontrei o Cardoso do MeioBit e conheci o Filipe do Blog.Mac Magazine, completando o trio de blogueiros presentes no evento, não por acaso representando três dos maiores blogs de tecnologia do Brasil. E eu não sei se é sorte minha, mas praticamente todos os blogueiros que conheci até hoje são pessoas muito legais.

Antes da palestra de Wozniak, uma bela surpresa, um show da minha conterrânea Fernanda Abreu, que tocou suas músicas mais conhecidas diante de uma platéia com mais de 1000 pessoas, formada basicamente por executivos e funcionários de grandes empresas. Fernandinha até brincou com a gente, os três blogueiros sentados nas filas do gargarejo, dizendo que também queria o seu crachá, e mandando um alô para Mr. Woz antes de deixar o palco.

E então surgiu Woz, e sem perder tempo já começou a contar suas incríveis histórias. Munido do meu iPhone e de um programa de gravação de voz, registrei emocionado todo o discurso de Woz, e desde ontem já escutei algumas vezes.

Woz começou pela sua infância, contando porque decidiu se tornar um engenheiro como o seu pai. Ele adorava criar coisas que fossem úteis para as pessoas. O bom humor de Woz é contagiante, e se reflete em tudo o que fez na vida.

Steve contou entre muitas outras coisas, como foi o seu primeiro encontro com seu xará Jobs, ainda garotos, no qual eles se analisaram através das coisas diferentes e não usuais que tivessem feito. Assim como ele, Steve Jobs também era fã de brincadeiras e de pregar peças sadias nos outros. A empolgação que ambos sentiam ao desafiar o lugar comum uniu aqueles dois jovens amigos para sempre.

Woz sempre foi essencialmente um apaixonado por computadores, que usava todo o seu tempo livre para programar, muitas vezes deixando de dormir para aproveitar os computadores que estivessem disponíveis, tanto na empresa na qual trabalhava quanto em universidades. Segundo ele, um computador precisa computar, afinal ele foi feito para isto! Para Woz não fazia o menor sentido deixar um computador ocioso durante uma noite inteira, enquanto ele podia estar sendo usado para tantas coisas.

Steve Jobs foi essencial para Woz, e vice-versa. A dupla Woz & Jobs para mim atingiu a mesma química de duplas imortais como Lennon & McCartney, George & Ira Gershwin ou Tom & Vinicius. Sabe quando a coisa encaixa perfeitamente? Pois foi exatamente o que aconteceu. Woz criava coisas incríveis, de desafiar a imaginação, e Steve Jobs soltava a sacada perfeita: “a gente pode vender isto!” Eles se completavam em todos os sentidos, um era o gênio que criava computadores cada vez menores e mais eficientes, o outro era o mestre do marketing, além de também ter idéias incríveis.

Woz contou que precisou largar os estudos para trabalhar durante um ano, para poder pagar o resto. Ele entrou por acaso em uma empresa, e descobriu que eles estavam construindo um computador. Woz foi trabalhar ali, e durante a noite, se dedicava aos seus projetos. Um dia outro funcionário chegou e viu que ele estava trabalhando em um projeto pessoal, e o criticou por isto. Segundo Woz, o que ele devia ter feito era aplaudir a iniciativa, porque foi durante este período que ele descobriu uma falha no computador que estava sendo desenvolvido pela empresa.

E logo Woz ia conseguir realizar o seu grande sonho de engenheiro, que era trabalhar na HP, desenvolvendo sistemas e programando calculadoras que ele tanto gostava, mesmo sem um diploma. Enquanto isto, Steve Jobs largou a faculdade e foi trabalhar na Atari, onde os dois passaram quatro noites sem dormir para criar o jogo breakout.

Woz desenvolveu um terminal, nada mais que uma tela e um teclado, para se conectar a computadores em outras partes dos Estados Unidos, o que lhes dava uma sensação de poder. Então ele pensou, porque não colocar uma memória nisto e me conectar ao meu próprio computador? Assim nasceu o primeiro computador verdadeiramente pessoal do mundo. Woz ofereceu sua criação para a HP, que não acreditou no potencial do negócio.

Apesar de não ter a menor idéia do aspecto business, os dois amigos não desistiram, e encontraram um investidor Angel que os ajudou a comercializar seus primeiros produtos. E foi assim que Steve Jobs e Steve Wozniak mudaram o mundo como conhecemos, lançando o Apple II. Mas o que Woz queria mesmo era continuar sendo um engenheiro, e isto ele conseguiu, mesmo com todo o sucesso alcançado pela Apple.

Woz também contou sobre Bill Gates e um contrato do sistema Basic, numa época em que a Microsoft tinha pegado a Apple “pelos cojones”! Foi inevitável lembrar do filme “Piratas de Silicon Valley”, e ficar imaginando como deve ter sido este período na vida de Bill, Steve e Woz.

Steve Wozniak é uma inspiração constante na vida de quem é fanático por computadores e tecnologia, e mostra na prática que para ter sucesso na vida, é preciso ser criativo e obstinado, sem se prender aos limites que escolas e empresas podem exercer sobre você.

No final da palestra nós ainda conseguimos conversar com Woz, e tirar aquelas clássicas fotos de tiete (olha só a minha cara de fanboy lá em cima). O papo estava tão bom que nos esquecemos de pedir os inevitáveis autógrafos, mas a alegria de conversar pessoalmente e trocar idéias com o seu eterno ídolo é uma coisa indescritível, que nunca vai sair da cabeça.

Também ganhei um cartão do Woz, o mais espetacular que eu já vi na minha vida (a foto não faz justiça), feito em uma chapa metálica recortada, com os textos em inscrições a laser.

Eu queria agradecer muito a Paula e a Juliana da BI Internacional pelo apoio e ajuda. Vocês são nota 10!

Este post termina aqui, mas o assunto continua na minha coluna da próxima sexta no Yahoo! Posts.

Leia também:
MacMagazine no Gestão do Futuro, com Steve Wozniak
Steve Wozniak – Primeiras Impressões – Sim Ele é Deus, mas no bom sentido

Update: Clique abaixo para ver outra foto.

Autor: Nick Ellis

Blogueiro de tecnologia e viajante profissional. Geek do Ano 2010!

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